Lei de Dúplice: Mathilde Panot escreve carta a Emmanuel Macron para solicitar "uma nova deliberação"

A France Insoumise está pedindo ao Presidente da República que inicie "uma nova deliberação" sobre a lei Duplomb, já que a petição pedindo sua revogação atingiu quase 1,6 milhão de assinaturas na terça-feira, 22 de julho.
"De acordo com o artigo 148 do Regimento da Assembleia Nacional, uma petição que ultrapasse o limite de 500.000 assinaturas pode dar origem a um debate parlamentar, por iniciativa da Conferência dos Presidentes", afirma Mathilde Panot, presidente do grupo rebelde na Assembleia Nacional.
Uma alavanca que pode de fato ser ativada se essas 500.000 assinaturas vierem de pelo menos 30 departamentos ou comunidades estrangeiras diferentes.
"Esse debate precisa acontecer. Mas não será suficiente", continua ela na carta, referindo-se a uma série de assinaturas que "testemunham uma rejeição massiva" por parte da população.
Mathilde Panot pede ao Presidente da República que solicite ao Parlamento que reexamine "toda ou parte da lei". "O senhor terá 12 dias após a decisão (do Conselho Constitucional), prevista para até 10 de agosto, para exercer essa prerrogativa."
A presidente do grupo LFI na Assembleia Nacional pede "responsabilidade" de Emmanuel Macron "como garante da Constituição", ela insiste.
A lei Duplomb , apelidada de "lei dos pesticidas" por seus oponentes, foi adotada em 8 de julho pelo Parlamento e prevê a reintrodução, por meio de derrogação e sob condições, do acetamiprido, um pesticida da família dos neonicotinoides, proibido na França, mas autorizado na Europa.
Esta lei "representa uma série de grandes retrocessos na proteção ambiental, com consequências potencialmente dramáticas para a saúde pública", destaca Mathilde Panot em sua carta, uma posição compartilhada por parlamentares de esquerda de todas as tendências, bem como associações ambientais, membros da comunidade científica e cidadãos, o que levou à criação de uma petição no site da Assembleia Nacional.
Durante a tramitação parlamentar do texto, seu próprio relator, Julien Dive (LR), havia apresentado uma moção preliminar de rejeição, justificada pela "obstrução" da esquerda, que havia apresentado vários milhares de emendas.
Ação também adotada por Mathilde Panot, que justifica a necessidade de uma segunda deliberação da lei citando "os apoiadores do texto (que) apresentaram moção prévia de rejeição contra seu próprio projeto, impedindo assim qualquer debate em sessão pública".
Desde então, o senador Laurent Duplomb (LR), que iniciou a lei homônima, denunciou uma petição "explorada pela extrema esquerda e por ambientalistas", cujo sistema "visa pressionar o Conselho Constitucional e esperar que ele não valide a lei".
BFM TV